quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Notícia

Paraná: parceria cooperativista viabiliza construção de biodigestor


Marechal Cândido Rondon/PR
projeto-piloto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) para pequenos suinocultores, coordenado pelo Sistema Ocepar, em parceria com as cooperativas Frimesa e Copagril, juntamente com a empresa Ecobusiness, começa a se concretizar na região Oeste do Paraná. Aprovado por cerca de 20 produtores de suínos integrados à Copagril, o projeto viabilizará a construção de um biodigestor coletivo. 

O objetivo da Ocepar e das cooperativas participantes é incluir pequenos produtores no mercado mundial de crédito de carbono. Visando atender as exigências do Protocolo de Kyoto, que regulamenta a redução da emissão de gás carbônico (CO2) em 5,2% até 2012, os países foram divididos em dois blocos: os desenvolvidos, chamados de países do anexo I e os não desenvolvidos, países do anexo II.

Para atingir esta meta e não comprometer a economia e prejudicar o avanço dos países desenvolvidos, tendo em vista que custa mais caro reduzir a emissão do gás ao invés de comprar cotas, estes, podem adquirir créditos de carbono dos países não desenvolvidos, que não têm compromissos de redução, como o Brasil, sendo esta, uma maneira dos países do Anexo II iniciarem projetos para comercializar os créditos de carbono e aproveitar para fazer manejos ambientalmente corretos, além de auxiliar numa causa global.

Como funciona
Sendo assim, os produtores das regiões da Linha Gaúcha, Linha Ajuricaba e do distrito de Iguiporã, todos em Marechal Cândido Rondon, estarão integrados a um biodigestor comunitário. Ele será construído ao centro de todas as propriedades e o esterco será recolhido com um caminhão tanque, a cada três dias e depositado neste biodigestor coletivo. Ali, o gás metano (CH4) que é produzido pela fermentação do dejeto suíno será queimado e transformado em CO2, que resultará em créditos de carbono e o esterco volta à natureza em forma de fertilizante natural. Vale lembrar que cada tonelada de CH4 queimado equivale a 20 toneladas de CO2 a menos na atmosfera, pois o metano tem 20 vezes mais capacidade de efeito estufa que o CO2. Estes créditos gerados serão vendidos aos países desenvolvidos, com estimativa de retorno financeiro de R$ 200 mil ao ano (7.600 créditos), que irá cobrir o investimento do projeto de R$ 1,8 milhão, em nove anos. 

Viabilidade
Conforme explica o consultor ambiental e diretor da Ecobusiness, empresa que organiza e fornece instrumentos para a gestão sócio-econômica-ecológica integrada, Jörgen Leeuwestein, a principal vantagem deste projeto é a aproximação entre grandes e pequenos suinocultores no mercado de crédito de carbono, tendo em vista o alto investimento para instalação de um biodigestor e os custos para licenciamento junto a Organização das Nações Unidas (ONU). “Para um pequeno produtor construir um biodigestor é economicamente inviável, pois ele precisa de dois a três mil suínos para pagar o custo do biodigestor. Mas da forma como propomos, em cooperação, a possibilidade de ser um negócio rentável é muito provável”, afirma o consultor.

Objetivos
Conforme explica o zootecnista Olmar Bellincanta, para a Copagril o principal objetivo de viabilizar este projeto está na adequação ambiental dos suinocultores. “Dentre os valores da Copagril está a responsabilidade social e ambiental. O biodigestor além de estar ecologicamente correto traz ao produtor rural uma melhor qualidade de vida, pois os odores oriundos das fermentações dos dejetos suínos são eliminados na biodigestão e queima do gás”, afirma ele. 

Próximo passo
Como o projeto-piloto já teve a adesão dos suinocultores, fica a cargo da empresa Ecobusiness, localizar empresas, instituições financeiras ou investidores, nacionais ou internacionais, que tenham interesse no projeto. Até março o projeto de viabilidade deverá ser apresentado aos possíveis investidores. (Imprensa Copagril)

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